A palavra que mais se
ouve hoje em dia é: personalidade. O que é irônico, já que a sociedade
vive no auge do padrão de beleza. Mas, a questão é: o que é belo pra
você?
Primeiro ponto: para mim, é apenas uma questão de ponto de vista!
Alguns chamam de Estética da Feiura,
mas vamos pensar como liberdade de expressão. Ser você mesmo é o novo
preto, só que ser esteticamente diferente vai além da imagem em si e
requer uma mente aberta que exala criatividade e não deixa espaço para
preconceitos.
Quando pensamos no assunto, Lady Gaga é
a primeira pessoa que nos vem a cabeça. Louca, esquisita, dramática e
chamativa, diriam as mentes alienadas. Porém, vestir o que quiser, onde
quiser, porque quer faz parte do livre arbítrio do ser humano e na
realidade mostra autenticidade, originalidade, segurança e
independência. E isso deveria ser visto como uma coisa boa. No caso dela
e de muitas pessoas que simplesmente não se importam em viver fora do
padrão, apresentam esse comportamento como resposta a anos de sofrimento
e preconceito para serem aceitas na sociedade. Uma perda de tempo.
Qualquer pessoa que trabalha na área de moda já ouviu essa pergunta clássica: “Por que vocês fazem aquelas roupas horríveis para os desfiles? Quem usa aquilo?”.
Da mesma forma que os estilistas, como Viktor & Rolf e Alexander
McQueen, criam peças vanguardistas para transmitirem um conceito
interno, sentimentos e sensações, as pessoas adeptas da “estética da
feiura” também o fazem, para mostrar quem elas são, o que estão sentindo
ou pensando, porque, afinal, moda é isso. É mensagem, é expressão.
O abstrato e
diferente são mais aceitáveis na arte e na arquitetura, porque as
pessoas, supostamente, são vistas como portadoras de um intelecto maior,
apurado e pensado. Porém, são poucos os que enxergam a moda como uma
arte expressiva. Para muitos é apenas uma necessidade humana de cobrir o
corpo, nada que exija esforço, talento, inteligência ou dedicação. Pelo
menos, não conscientemente.
De qualquer forma,
antes de sair por ai com um colar de melancia, ou um vestido carne, quem
sabe, é preciso abrir a mente! Amar a si mesmo e ao próximo da maneira
que ele é. Cada um carrega uma bagagem, uma história, e isso não está
apto a julgamento ou aceitação, apenas ao respeito.
Se sua felicidade
depende da aceitação e da busca pela perfeição, sinto lhe informar que é
lutar em vão. Não há nada pior do que uma cópia, por mais bem feita que
seja, é uma mentira. Seja original. A única igualdade que devemos
seguir é a dos princípios do ser humano. Respeitar ao próximo e ser você
mesmo. Simples. Esse é o charme da vida. A estética da liberdade.
Nota da redação: as fotos que ilustram este artigo são do fotógrafo Daniel Jackson para a edição de Setembro da revista Dazed & Confused
(Artigo colaborativo: Bruna Said Miguel)
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